terça-feira, 29 de março de 2011

CONSTITUÍDA A "AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DO VALE DO TUA"


Já foi constituída a denominada "Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua". O acto tem sido generosamente publicitado pelos meios de comunicação social.  

"A Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua é uma das contrapartidas prometidas pela construção da barragem, sendo constituída com 49 por cento do capital social da EDP e os restantes 51 por cento com capitais das autarquias de Mirandela, Vila Flor, Alijó, Carrazeda de Ansiães e Murça." (Fonte: Nordeste Informativo).

Quando já nem tostões por cá se vêem, acenam agora com milhões, mas que projectos, que desenvolvimento?! Esperamos para ver. Provavelmente pouco mais do que um boa oportunidade de futuro "emprego" para os muitos autarcas que, por limite de mandatos, não se poderão recandidatar nas próximas eleições. Acrescente-se que, segundo a Lusa: "Este fundo servirá ainda para assegurar as despesas de constituição e funcionamento da agência, estimadas em 500 mil euros anuais".



 
Antevisão da futura barragem
Antevisão da futura barragem


Uma "amostra" do que vai ficar submerso

quinta-feira, 24 de março de 2011

PRIMEIRO-MINISTRO DEMITE-SE E O PAÍS TERÁ ELEIÇÕES ANTES DO VERÃO


O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, apresentou hoje a demissão ao Presidente da República, o qual, segundo as agências noticiosas, ainda não se pronunciou sobre a aceitação da demissão, no entanto, anunciou através de uma nota que o Governo se mantém "na plenitude de funções até à aceitação daquele pedido".


O Primeiro-Ministro justificou o seu pedido de demissão por considerar que "a oposição retirou ao Governo todas as condições" para continuar a governar. Todos os partidos defendem eleições antecipadas.


Com efeito, a Assembleia da República aprovou hoje cinco resoluções de rejeição do chamado PEC 4 que o Governo havia proposto. Leia mais...



Artigos relacionados (neste blogue): 
A NAU DAS TORMENTAS Setembro de 2010 
À BEIRA DO PRECIPÍCIO OU COMO (NÃO) SE RESOLVE UMA CRISE ECONÓMICA Maio de 2010


Outros:
Vídeo, "Negócios" analisa crise política portuguesa na CNN (Saiba mais...)

sexta-feira, 18 de março de 2011

ÁH... ABEL, ABEL, SE EU FOSSE PAI !

 "AH... ABEL, ABEL... SE EU FOSSE PAI…! 
Por Zé dos Anjos.

Se um dia, ao passarem pela nossa aldeia, ouvirem este desabafo é porque aconteceu injustiça ou abuso merecedor de "reparo". Muitos que o ouvem - e até muitos que o dizem - não sabem o porquê daquela frase, que perdura nos tempos, usada como manifestação de agravo sentido ou de apontar e lamentar a ausência do merecido castigo para alguém.

Hoje, ao passar ali na rua, falava-se em “geração à rasca”, em Scut’s, no preço da gasolina, no aumento do IVA, na baixa dos salários,  em corte nas pensões, nos transportes, no pão, nos medicamentos, falava-se ainda no que penso ser uma Via-sacra qualquer (Pec1, Pec2, Pec3, Pec4…?!) e noutras coisas que não percebi ou não tive oportunidade de “apanhar”, mas tudo, de certeza, injustiças ou coisas feias, porque logo ouvi aquela frase: "ÁH... ABEL, ABEL... SE EU FOSSE PAI…!"  Isto fez-me recordar, com saudade, o Ti Abel e a origem daquela lendária expressão, sinónimo de revolta ou injustiça.

Eu conto-vos (se tiveram paciência para me "ouvir"):

O Ti Abel era um mouro de trabalho, homem alto e desenvolto,  falava depressa tal como também depressa trabalhava a terra e as suas lidas. Filhos? foram 10 filhos! 6 rapazes e 4 raparigas. Colocados em fila formavam uma “escadinha” perfeita, à sua volta não havia pausas. Até “levantava pó”! Os tempos eram difíceis. Criar aquele “time” sem faltar o pãozinho não era coisa fácil. Com muitos sacrifícios e trabalho de todos, a comidinha, no essencial, nunca faltou. Difícil e duro, também, era o dia-a-dia dos miúdos. Logo que, pelo fim da tarde, a escola, que era de sol a sol, lhes abria a porta (sim, até à 4.ª classe, ninguém podia faltar à escola) vinham a correr ajudar no trabalho da terra,  no trato dos animais ou nas tarefas domésticas.
 
As moças,  era vê-las, conforme a idade e o que a força de cada uma permitia, de cântaro à cabeça a “acarretar” água da fonte ou a/de caminho do rio para lavar a roupa. Os rapazes, sempre em passo apressado, quer no carro dos “machos” em comando acelerado da viatura, quer agarrados à rabiça da charrua a que mal lhes chegavam ou montados nos “machos”, em pelo, galopes desenfreados, tipo autênticos “índios americanos” em bom estilo farwest! Disciplina, rigor, trabalho... qual pelotão de cavalaria. E que ninguém se baldasse! Ti Abel era bom, mas duro na sua justiça, não perdoava.

Germano era um dos filhos, pela idade aí dos “do meio”, miúdo irrequieto, revoltava-se e indignava-se com injustiças. Gaguejava um pouco, o que lhe dava alguma graça. Pele escura, pés descalços (ai sapatos! Ou pão ou sapatos!), calças remendadas no rabo, esburacadas nos joelhos de “não parar quieto”, alça caída...

Naquele dia vimos o Germano sair de casa em passo apressado, não se sabe o que lhe aconteceu, mas decerto que foram ordens do ti Abel para alguma tarefa que entendeu “menos apropriada”.  Vinha zangado, barafustava alto e, ao mesmo tempo que andava, olhava lá para cima, para casa, e sem se poder conter, bradava repetidamente o seu lamento em tom de “ameaça”: "AH.. ABEL, ABEL... SE EU FOSSE PAI…!"

Aquela manifestação de falta de força e poder para inverter a situação foi ouvida pela vizinhança que a arrecadou nas suas memórias e ainda hoje, passadas muitas décadas, quando por cá se ouve, por cá consta ou por cá se testemunha alguma injustiça, ou ainda,  se reclama castigo para qualquer abuso ou ofensa, logo alguém sublinha tal agravo e manifesta a sua revolta ou reprovação, exclamando:  "AH... ABEL, ABEL... SE EU FOSSE PAI…!"!!!!



Ai, se eu pudesse mudar o mundo…! queria dizer-nos o Germano na sua ingenuidade e genuinidade!. 

Nota do autor:
Foi minha intenção com este post retratar um pouco da vida das nossas gentes há umas décadas e, ao mesmo tempo, trazer o desabafo do Germano ás provações que o nosso povo está sentindo no presente, traduzindo aquele "Ah... Abel, Abel... Se eu fosse pai…!"!!!! num “SE EU PUDESSE…!”.  Fica a minha homenagem ao meu tio Abel e o meu abraço agradecido aos primos por me autorizarem a publicar este post.

segunda-feira, 14 de março de 2011

“Tomai lá e se ...”

Sábado, 12 de Março de 2011, sede da ACRA-EC, passavam uns minutos das 10 horas da noite. Recostados no velho sofá,  recuperando das labutas do dia, repousavam sonolentamente alguns dos nossos associados enquanto assistiam, com manifesto desinteresse, ao golo que o Vitória de Setúbal, já em tempo de “descontos”, acabava de marcar e com ele alcançar o empate (1-1) no jogo que disputava em Guimarães com o Vitória desta cidade. Outros faziam contas aos “trunfos” e aos pontos amealhados na mão de sueca que disputavam. Havia ainda os que sentados em frente aos PC’s viajavam pelos mundos que o Messenger e as várias redes sociais virtualmente permitem ou que, aproveitando os meios electrónicos aqui gratuitamente disponíveis, estudavam ou trabalhavam “online”, quando, porta dentro entrou o último visitante do dia, o sr. Nuno Canavez. A porta abriu-se accionada pelo braço pois as mãos vinham, como de costume, carregadas com dois sacos cheios de livros destinados às prateleiras da nossa biblioteca que, com gestos destes, vai ficando a cada dia mais recheada e mais rica, “Tomai lá e se houver alguém a procurar livros sobre algum tema que não tenhais dizei-me que eu mando-vo-los”, disse-nos!.

Entre os clássicos, infantis e científicos que desta vez nos deixou, merecem-nos destaque,  pelo quão de pessoal os mesmos contêm, dois volumes:

Nuno Canavez, As palavras da Amizade


Por altura de mais um aniversário do Nuno Canavez, um grupo de amigos resolveu "pregar-lhe uma partida", editando um livro em que foram reunidas algumas curiosas fotografias e diversos depoimentos de apreciação do trabalho e carácter do homenageado.”
A edição teve uma tiragem relativamente reduzida, por isso é nosso privilégio a posse de um dos exemplares. Obra em papel couché e ricas ilustrações, prefácio de Germano Silva, coordenação de José da Cruz Santos e conta com a participação, através de breves textos, de figuras notáveis como, entre outros, Luís Valente de Oliveira, Manuel Pina, Marcelo Rebelo de Sousa, António Navarro, José Manuel Pavão, Damião Ferreira, Gomes Fernandes, Ivo Caldeira, Jorge Braga, Júlio Couto, Luís Cabral, Mário Cláudio e  Rui Lage.
Leia mais...






A Cidade das Memórias, de Gomes Fernandes

"Descreve-se neste livro — tendo por personagem central um dos mais conhecidos alfarrabistas da Cidade — um quadro vivo do que foi a vida portuense na segunda metade do século XX, desde a movimentação política e social (suscitada pelas campanhas de Norton de Matos e Humberto Delgado), passando pelo quotidiano da população até às manifestações culturais e literárias que fizeram época e foram, porventura, um momento alto da afirmação invicta. A Cidade das Memórias não é apenas um romance. Ao leitor, esta obra surgirá, sobretudo, como um registo memorialista, quase documental, que nos faz reviver uma época histórica de tensões e paixões, também de brios e de brilhos, entrelaçando vivências e caracteres que denotam a mais funda idiossincrasia das gentes do Porto
  

quinta-feira, 10 de março de 2011

A "MIMOSEIRA" (ACÁCIA DEALBADA; ACÁCIA MIMOSA)

MIMOSEIRA
Nome vulgar: Acácia dealbada; acácia mimosa.

Com o aproximar da primavera  é bonito ver os nossos campos "salpicados" deste amarelo brilhante e aveludado, bem como as bermas de muitas das nossas estradas transformadas em magníficos canteiros gigantes,  por "força" e beleza desta espécie de produção espontânea.

Também aqui, no espaço exterior da nossa associação,  possuímos dois belíssimos exemplares desta planta que, revigorados após uma adequada  poda, nos oferecem nesta ocasião uma "decoração" deslumbrante.

Originária da Austrália e da Tasmânia foi introduzida em Portugal para fins ornamentais e cultivada (no passado) como espécie florestal e para fixação de solos. Pela sua fácil propagação e adaptação a qualquer solo, não é de todo "pacifica" a coexistência desta espécie com a generalidade  da  flora,  possuindo o estatuto de "planta invasora"  e é, provavelmente, a espécie invasora mais agressiva  em sistemas terrestres em Portugal continental. Não há bela sem senão!.Saiba mais...

sábado, 5 de março de 2011

ASSEMBLEIA GERAL: APROVOU CONTAS DE 2010 e PLANO DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO PARA 2011

No dia 04 deste mês de Março, Sexta-Feira, pelas 21.00 horas,  reuniu a Assembleia Geral da nossa associação, tendo sido presentes à apreciação dos ex.mos sócios o Relatório e Contas do ano de 2010 (Saiba mais... aceda aqui ao documento) e o Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 2011 (Saiba mais... aceda aqui ao documento). Ambos os documentos foram aprovados por unanimidade.

quarta-feira, 2 de março de 2011

QUESTÕES FISCAIS (V): IRS, DEDUÇÕES À COLECTA RELATIVAS A DESPESAS

 
Com o inicio do período para entrega da declaração de Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), relembramos quais as principais despesas relevantes para efeitos de dedução à colecta e os seus limites:


DESPESAS DE SAÚDE
-Isentas ou sujeitas a taxa de 5% de IVA:
30% das importâncias despendidas.
-Outras despesas de saúde
Sujeitas à taxa normal do IVA, justificadas com receita médica:
30% das importâncias despendidas, com o limite de € 65,00, ou 2,5% do total das despesas de saúde se superior.

DESPESAS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Dos sujeitos passivos e seus dependentes:
30% das importâncias despendidas com limite de € 760,00.
Havendo 3 ou mais dependentes acresce € 142,50 por cada um, desde que haja despesas relativamente a cada um deles.

DESPESAS DE EDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO
Dos sujeitos passivos ou dependentes deficientes:
30% das importâncias despendidas.

JUROS E AMORTIZAÇÃO DE HABITAÇÃO
Habitação permanente do próprio ou arrendatário ou
Rendas de habitação permanente pagas referentes a contratos de arrendamento celebrados ao abrigo do RAU ou NRAU:
30% das importâncias pagas com o limite de € 591,00.

AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS NOVOS PARA UTILIZAÇÃO ENERGIAS RENOVÁVEIS
Ou de equipamentos e obras de melhoria das condições de comportamento térmico de edifícios e de veículos sujeitos a matrícula exclusivamente eléctricos ou movidos a energias renováveis não combustíveis:
30% das importância despendidas com o limite de € 803,00.
Este benefício só pode ser utilizado uma vez em cada 4anos.
 
ENCARGOS COM LARES
Relativos aos sujeitos passivos, ascendentes e colaterais até ao 3.º grau:
25% das  importâncias despendidas até ao limite de € 403,75.
Na situação de separados de facto, o limite é reduzido a 50%.

SEGUROS DE ACIDENTES PESSOAIS E DE VIDA
Relativos aos sujeitos passivos e aos seus dependentes:
25% dos seguros pagos com os limites de € 65,00 para “não casados” e € 130,00 para “casados”.
No caso de deficientes o limite é de 15% da colecta de IRS.

SEGUROS DE SAÚDE
Ou contribuições pagas a associações mutualistas relativas ao sujeito passivo ou aos seus dependentes:
30% dos prémios de seguro pagos com os limites de € 85,00 para “não casados” e € 170,00 para “casados”. Acresce € 43,00 por dependente.

PENSÕES
A que o sujeito passivo esteja obrigado por sentença judicial ou acordo homologado nos termos da lei civil.
20% das importâncias comprovadamente suportadas e não reembolsadas.

PPR
Idade: inferior a 35 anos:  20% do valor aplicado com o limite de € 400,00.
Idade: de 35 a 50 anos: 20% do valor aplicado com o limite de € 350,00.
Idade: superior a 50 anos: 20% do valor aplicado com o limite de € 300,00.
Não são dedutíveis as importâncias relativas às aplicações efectuadas após a data da passagem à reforma.

REGIME PÚBLICO DE CAPITALIZAÇÃO
20% do valor aplicado com limite de € 350,00
(Por cada sujeito passivo).

DONATIVOS
Ao Estado:
25% das importâncias declaradas;
A outras entidades:
25% das importâncias declaradas, até ao limite de 15% da colecta.
Sem prejuízo das majorações especificas previstas na lei.

Relembramos ainda a obrigatoriedade da indicação do Numero de Identificação Fiscal (NIF) de todos os dependentes, ascendentes ou colaterais para os quais são mencionadas deduções.  

Obs.: Esta nota é meramente informativa, sustentada na informação pública disponível, não sendo esta associação, ou autor do conteúdo, responsáveis por qualquer incorrecção dos factos ou dos valores referenciados. Recomenda-se a leitura dos normativos que sobre a matéria fazem lei.