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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

ASSIM VAI A VIDA CÁ PELA ALDEIA

Opinião
Por Zé dos Anjos

Com o 2011 quase a terminar, um ano que foi marcante pelo agravamento generalizado dos preços dos bens e serviços essenciais, pela redução dos salários de muitos cidadãos, pelo aumento dos impostos, pelo crescimento exponencial do  desemprego, pela fome, pela miséria, pela insegurança crescente, etc.. seria, porventura, hora de aqui trazer boas noticias, não só pelo significado da época como também pelas provações que o agora finado ano já  nos trouxe.

Todavia,  infelizmente, a realidade é bem diferente. Depois do temporal que já sofremos, vamos ouvindo e capitalizando as noticias que vão correndo, as promessas dos nossos governantes (os quais teimam em nos perpectualizar um presente atroz  em nome de um futuro melhor, mas ninguém vive no futuro! a vida acontece, sempre,  no presente!), lidos alguns normativos que os nossos fazedores de leis vão produzindo (quiçá criando) e,  em vez da bonança  ou do arco-íris, só enxergamos nuvens negras e com elas a certeza de que, em vez de um temporal, aproxima-se um vendaval de efeitos imensuráveis e, ainda, majorado com  as reiteradas promessas de que todos teremos de ficar pobres, cada vez mais pobres, muito pobres mesmo para que ..., mas isto são outras questões, não consigo é entender como é que com tanta pobreza se podem pagar dividas!.

Depois de tanta provação, dizem-mos que temos de poupar, mas como poupar se as fontes produtoras de rendimentos vão secando, tanto pelo morrer da economia como pelo varrer para o erário publico de todos os recursos, os salários foram reduzidos (ou em vez de serem pagos aos trabalhadores são, por lei, entregues, no todo em em parte, directamente ao estado-legislador e ou estado-patrão!), os preços dos bens essenciais aumentaram (e vão aumentar muito mais) assustadoramente (...)?. Depois,  seja pequena ou grande a poupança, a máquina tributária (como estimulo à poupança!) vai  passar a recolher a colecta de 25% sobre o rendimento da mesma! Não há volta a dar-lhe!

Já sabemos que,
as RENDAS  vão aumentar 3,19%, os TELEMÓVEIS terão um aumento médio de  3,1%, os TRANSPORTES,  que já aumentaram em Agosto (cerca de 15%),  em Janeiro vão ser novamente actualizados, as PROPINAS sofrerão aumento, já que a fórmula de cálculo implica saber o valor médio da taxa de inflação em 2011, mas o Executivo está a contar com o aumento, já que inscreveu no OE/12 um aumento de 65 milhões de euros na receita global das propinas e este valor só é parcialmente justificado pelo aumento de alunos, o PÃO devido ao aumento das matérias-primas e outros gastos de fabrico, o CAFÉ (Aumento do IVA para 23%) e ainda pelo aumento do preço do próprio café, a ELECTRICIDADE (4%/Aumento para os consumidores domésticos), já com o IVA actualizado para 23% ocorrido em 2011, a RESTAURAÇÃO (Aumento do IVA para 23%), esta foi uma das medidas mais polémicas. O Governo alterou as tabelas do IVA, aumentando o imposto de alguns produtos. A restauração foi das mais afectadas, passou de 13% para 23%. Um pratinho de sopa ou uma sanduíche  passa a pagar a taxa de 23% de IVA, o mesmo que um marisco ou um whisky velho, o TABACO também sofrerá agravamento de preço peço aumento do imposto especial sobre o tabaco.

Agora, já não vou falar-vos do aumento das taxas moderadoras na saúde, do aumento dos bens de consumo pelo agravamento colossal das taxas de IVA que os tributam, da eliminação de muitas das deduções em sede de IRS, das portagens, etc. etc., Qual será o resultado de colheitas tão intensivas? Dizem que um terreno após tão intenso cultivo tornar-se-á estéril, e quiçá, pelo secar das nascentes, tão árido como um deserto. Bem, hoje ficamos por aqui. 

Um quadra festiva muito feliz.

Zé dos Anjos
20/12/2011.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

GOVERNO EXTINGUE 38% DAS ESTRUTURAS ORGANICAS DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL

Opinião
Por: Zé dos Anjos, 2011/09/16.

Governo extingue 38% das estruturas orgânicas da Administração Central  

A Secretaria de Estado da Administração Pública divulgou a lista de entidades que no âmbito do Plano de Redução e Melhoria da Administração Central do Estado (PREMAC) vão ser eliminadas. Com efeito, segundo aquele documento, o Governo vai extinguir 38% das estruturas orgânicas (entidades) da Administração Central.

Anuncia ainda o Governo que, desta medida resultará uma poupança de 100 milhões de euros o que, diga-se, é, em nossa opinião, apenas um suave paliativo ou gota de água perante os milhares de milhões de euros de deficits, dividas e outras contas com que, todos os dias, são preenchidas as noticias sobre a poluída realidade económica e financeira do nosso país. Ficamos a aguardar (para quando?) a divulgação de idênticas medidas relativamente a outras estruturas e outras áreas do Governo e do Estado que possam trazer redução de verdade nos gastos estruturais do país.

Pese a bondade, acreditamos, das medidas, sentimos esta notícia como algo que tem mais capa que conteúdo.  
zedosanjos@hotmail.com

Conheça o documento e as entidades que serão extintas, Saiba mais »»



Nota da administração do blogue:
O constante deste artigo expressa apenas a opinião do autor e não vincula a instituição que titula este blogue.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A PORCA DA POLITICA!

Por: Zé dos Anjos, 2011/04/15.

O Sr. Eduardo do Nascimento Canavez
Hoje lembrei-me do Sr. Eduardo Canavez, homem de forte carácter, inteligência rara, perspicácia ímpar e uma imensurável fonte de conhecimento, o que, acrescido do saber ouvir, saber falar e saber estar e do seu jeito de homem sem medos, fizeram dele uma referência e exemplo de cidadania e coragem.

Na escola não pôde ir além do ensino primário. Mas as artes, as letras, a música, a sociedade e a política eram, para o Sr. Eduardo, assuntos sem segredos nem tabus. Os seus escritos eram marcantes e intensos. As suas marchas populares ainda hoje são lembrados e trauteadas pelos mais velhos.

São também famosas as suas intervenções directas, frontais, Tête-a-Tête com os políticos da época que, dizem-nos, deixavam quase todos a tremer.... pois quando ninguém ousava sequer abrir a boca (porque podia alguém ouvir), ele ia em frente, sem tremedouras, fosse junto do simples secretário camarário ou fosse junto do próprio Ministro que por cá passasse e, em vez dos aplausos encomendados e ensaiados, ele, em voz segura, clara, precisa e concisa, questionava os porquês. Irradiava respeito. Incomodava o poder, os eterna e obrigatoriamente  aplaudidos, porque sabia o que dizia (incontestável), como dizia (irrepreensível no trato), quando dizia (na hora certa) e onde dizia (no lugar apropriado, para todos ouvirem). !
A sua luta era pela família e pela comunidade, era pela sua terra, pela verdade e pela justiça! Não fosse ele portador de grande incapacidade motora e certamente os calabouços da PIDE/DGS teriam tido mais um hóspede assíduo!

Mas hoje lembrei-me do Sr. Eduardo especialmente porquê?
Era eu ainda um jovem adolescente. Numa das muitas vezes que, pelo fim da tarde, ia até ao pé do Sr. Eduardo (valia a pena uns minutos de conversa com o Sr. Eduardo), estava ele sentado, como sempre naquele pequenino muro em frente da sua casa, encostado à parede da cabine telefónica, com o ombro direito sobre uma das suas “muletas” e rodeado por vários vizinhos (qual tertúlia domingueira!), alguns de olhar medroso não estivesse por ali algum bufo encoberto - ajuntamentos de mais que 2 pessoas eram proibidos e falar de certas coisas  era ainda pior! -, outros de olhar fixo, bocas semiabertas não perdendo uma palavrinha do que o Sr. Eduardo dizia. Com aquela clarividência que chegava a ser “arrepiante”, presenteava-nos ele com mais uma das suas irrecusáveis conversas, falava de factos e coisas recentes, de injustiças, dos oportunistas, do abuso do poder, das necessidades do povo (não, não era comunista, nada disso!), e, no fim, serenamente, mas com voz forte e profunda, concluiu qualificando:
A PORCA DA POLITICA!

Este lamento, acusação ou sofrida desilusão, dito com enorme convicção calou cá bem no fundo, de tal jeito que, ainda hoje, passados muitos anos, “ouço” (tantas vezes!) aquele desabafo de encher a alma: A PORCA DA POLITICA!

Afinal os tempos não mudaram tanto assim! Há coisas para as quais o tempo não passa!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

OPINIÃO: A NAU DAS TORMENTAS!

OPINIÃO
Zé dos Anjos, 2010/09/30.

Alguém, um dia destes, dizia: "Perante tantos aumentos e cortes só há uma solução: passa  o Estado a receber os nossos salários e outros rendimentos e depois dá-nos uma mesada"

Foram ontem anunciadas algumas medidas que o Governo pretende incluir no Orçamento de Estado para 2011, destacando-se: O aumento da taxa normal do IVA para 23%; os salários da Função Pública baixam em média 5%; as pensões congeladas; o corte nos abonos de família; os  exames médicos mais caros; a  redução no Rendimento Social de Inserção; a redução das transferência do Estado para outros organismos incluindo autarquias; a redução do investimento público; a redução de contratados; o aumento de descontos para a CGA e ADSE; o corte nas deduções e benefícios fiscais; o agravamento de taxas e multas; o aumento de contribuições para a Segurança Social, etc.Leia [+]

Sublinhe-se que, após os aumentos anunciados Portugal terá, a par da Grécia e da Finlândia, a taxa de IVA mais elevada (23%) dos países da Zona Euro, situação que alguns analistas apontam como não sustentável a longo prazo. Entretanto outras "medidas" foram anunciadas com aplicação imediata tendentes a atenuar o estrangulamento financeiro das contas públicas no curto prazo.Leia[+]

Estamos a assistir a um navegar à vista e a um tapar de buracos (qual nau de casco caduco!), procurando resolver as agonias financeiras de momento que, acreditamos, resultará no edificar de um país estéril de futuro incerto São paliativos e analgésicos com efeito dissimulador das doenças quando estas (de não difícil diagnóstico) são profundas e estruturais, pelo que, enquanto tais mazelas não forem objecto de completa e integral terapia de  "remoção" e "reconstrução",  os ciclos repetir-se-ão, inevitavelmente,  e cada vez com maior violência.

Zé dos Anjos.
2010/09/30.

Do mesmo autor:À BEIRA DO PRECIPÍCIO OU COMO (NÃO) SE RESOLVE UMA CRISE ECONÓMICA (Maio de 2010)


Nota da administração do blogue:
O constante deste artigo expressa apenas a opinião do autor e não vincula a instituição que titula este blogue.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

À CONVERSA COM O TUELA, por Silva da Eira

À CONVERSA COM O TUELA
por: Silva da Eira

Dizem por aí que, nalguns dos teus espaços e nas mais amplas margens se encontram agora  zonas designadas  por Praias Fluviais (que nome pomposo!), tu conheces? Eu não! Só conheço e vejo lugares destruídos, inacabados, sujos e malcheirosos.


Tuela, hoje ganhei coragem para uma conversa contigo! Antes de mais, como ser humano, quero pedir-te desculpa por tanta vilania que,  ao longo das últimas décadas, por acções dos da minha raça, tens sofrido. Deves estar revoltado, eu também estou.

Nas tuas margens, no teu leito e enseadas, tantos de nós fomos felizes, crescemos como homens, conhecemos pessoas das aldeias vizinhas e até de muitas outras paragens, o convívio era são, o ar era puro, as tuas águas cristalinas e transparentes como o coração e a alma daquela gente boa que te fazia companhia.

Não vou tão pouco enumerar os tantos lugares idílicos e bucólicos que as tuas margens nos ofereciam, mas deixa-me só lembrar a açude, a azenha e as frieiras de Contins, ou a açude e a azenha de Vale de Juncal nos, ainda não muito distantes, anos 70. Que vontade de poder regressar ao tempo antes dos ataques violentos que sofreste nas tuas bandas ripícolas e no teu leito com a desenfreada extracção de areias, sentida como o esventrar do teu coração!

Mesmo vítima de tantos ataques e agressões, vais conseguindo recompor-te a ponto de ainda nos proporcionares alguns dos teus encantos que, juntamente com os nossos vizinhos e outros que te  visitam e respeitam, deleitosamente usufruímos.

Mas agora, selvaticamente, fizeram de ti um esgoto, vitima inocente e indefesa das Mini-Etar’s, idealização politica para produção de duvidosas estatísticas de saneamento básico e projectadas por analfabetos em ciências de cálculo, enquanto que, outros oportunistas te acorrentaram, aprisionaram e emparedaram em autenticas fortificações de cimento a que chamam de Mini-hidricas, mas que não passam de verdadeiras “máquinas registadoras” comandadas por interesses económicos sem sensibilidade nem escrúpulos.

Conspurcado por uns, aprisionado por outros, restam-te alguns dos teus amigos de sempre que não te abandonarão! Mas tens de lançar o teu grito, qual queixume de revolva. Eu e muitos outros estaremos de volta, bem na primeira linha para que te sintas o verdadeiro rio que já foste , que a tudo em teu redor davas vida e às “tuas gentes” transmitias felicidade.

Dizem por aí que, nalguns dos teus espaços e  nas mais amplas margens se encontram agora  zonas designadas  por Praias Fluviais (que nome pomposo!), tu conheces? Eu não! Só conheço e vejo lugares destruídos, inacabados, sujos e malcheirosos.

Revolta-te amigo, mostra a tua indignação, reclama a vida que a natureza te deu e te roubaram! Estamos contigo.

O amigo,
Silva da Eira.

Nota do autor: Espero voltar novamente a este blogue para despertar algumas consciências adormecidas, agradecendo desde já aos seus administradores esta oportunidade. Sei que o passado já lá vai, todavia, sem falsas nostalgias, acredito que os valores perduram

Nota da administração do blogue:
O constante deste artigo expressa apenas a opinião do autor e não vincula a instituição que titula este blogue.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

À BEIRA DO PRECIPÍCIO OU COMO (NÃO) SE RESOLVE UMA CRISE ECONÓMICA

(Artigo de Opinião

...OU COMO (NÃO) SE RESOLVE UMA CRISE ECONÓMICA

Ainda há bem pouco tempo ouvíamos os dirigentes políticos nacionais "jurar a pés juntos" (como se diz na nossa terra) que, a  crise teria de ser vencida  com a redução da  despesa pública e o aumento da produtividade e não através do agravamento da "carga fiscal".  Avaliada a promessa pelo quão espremido está o nosso povo, ela até fazia todo o sentido.

Todavia, passados alguns dias  temos em mãos o cumprimento de tal "juramento" expresso num rol de brilhantes decisões - qual ovo de Colombo! - e a prova provada de como é fácil para os "tesoureiros nacionais" obter receitas. Com efeito, lemos - e ouvimos -  hoje que, Governo e PSD  terão chegado a um acordo sobre a  forma  de realizar receitas para reduzir o deficit das contas públicas:
- Aumento do IVA em 1% (todos iremos pagar mais 1% em tudo o que se consome desde os bens alimentares essenciais até aos medicamentos);
 Mas não é só IVA, o cocktail é servido completo. Aumento do IRS em 1% e 1,5% nos rendimentos da categoria A (Trabalho dependente) conforme os salários sejam superiores, ou inferiores,  a 2.375,00, respectivamente.
As maiores empresas,  vão ser sujeitas a uma "taxa crise", de 2,5%. sobre os lucros.
Com isto  espera o Governo \obter mil milhões de euros adicionais em receita!

Disto flui uma séria probabilidade: pode resolver uma problema financeiro imediato mas, com toda a certeza,  agravará a  médio (senão ainda a curto) prazo a situação económica do país. Oxalá esteja enganado.

Resta-me parafrasear o que há muitas dezenas de anos  um ilustríssimo homem de letras nacional escreveu:  "políticos são aqueles que nos tornam o presente atroz em nome de um futuro melhor"!

Um abraço,
Aníbal José de Sousa.

PS: Estas medidas, segundo os especialistas em questões de finanças públicas,  permitiriam apresentar uma proposta de redução do défice mais ambiciosa do que a assumida neste fim-de-semana, para 7%, em vez de 7,3% do PIB!

Nota:
O constante deste artigo expressa apenas a opinião do autor e não vincula a instituição que titula este blogue.